10 dicas para fortalecer a memória no seu dia a dia

Exercícios mentais e bons hábitos de saúde são essenciais para manter o cérebro ativo

Você já falhou ao tentar resolver uma operação matemática simples? Ou teve dificuldades para lembrar do nome de alguém que não via há muito tempo? De acordo com uma pesquisa realizada pela Universidade de Toronto, no Canadá, esses pequenos esquecimentos não são apenas normais, como também necessários, pois o cérebro seria incapaz de tomar decisões na vida real se a mente estivesse constantemente inundada de memórias conflitantes.

Ou seja, cientificamente falando, esquecer é uma parte essencial do processo de aprendizado, onde vivências que não tiveram importância deixam de ser armazenadas, para abrir espaço para o que consideramos relevantes. Por exemplo, uma experiência marcante com um ente querido, ou informações que são necessárias para executar o seu trabalho no dia a dia.

O problema é quando esquecemos algo que nós gostaríamos de lembrar. Nesse caso, é provável que a idade, o cansaço, a sobrecarga, o desgaste emocional e até mesmo traumas psicológicos desempenhem um papel no esquecimento. A boa notícia, entretanto, é que com algumas práticas diárias é possível estimular a memória e reter as informações que queremos manter conosco.

Quer saber como? Então confira 10 dicas que você pode incluir na sua rotina!

Descrever objetos e cenas

Quantas coisas você vê por dia sem, de fato, observá-las? Esse exercício, além de ajudar você a focar no momento, estimula a memória, já que é necessário prestar bastante atenção para ser capaz de descrever um objeto ou uma cena detalhadamente. Funciona da seguinte forma: basta observar algo que está ao seu redor por, em média, 30 segundos. Em seguida, tire a imagem do seu campo de visão e anote em um papel todas as características que conseguir lembrar. Liste o formato, as cores, a posição e todos os detalhes que você conseguiu capturar durante a observação. Experimente fazer isso, pelo menos, uma vez por dia.

Relembrar o que aconteceu no dia

Esse exercício é semelhante ao anterior, porém precisa de mais esforço, já que, ao invés de tentar lembrar de algo que você observou com atenção por 30 segundos, o objetivo é recordar diversos acontecimentos que aconteceram durante o dia. O desafio é particularmente complexo porque, muitas vezes, fazemos as coisas de forma automática ou passiva, o que significa que não estamos, de fato, prestando atenção.

Por isso, todos os dias antes de dormir, tente relembrar tudo que aconteceu desde o momento em que você acordou, até o momento em que você deitou novamente na cama. Relembre o que você fez, quais pessoas você encontrou, quais roupas elas estavam usando e sobre o que você conversou com cada uma delas. Não precisa anotar, mas faça um esforço consciente para listar mentalmente o máximo de detalhes que você conseguir.

Fazer cálculos mentais

Realizar operações matemáticas simples mentalmente ajuda o cérebro a ficar mais ágil, o que contribui para que você seja capaz de resolver problemas do dia a dia mais rapidamente. Para fazer esse exercício é simples: basta procurar somar os números que estão ao seu redor da forma mais rápida possível. Por exemplo, se você passar por um prédio cujo número é 567, é só somar 5 + 6 + 7 = 18. Você também pode fazer a mesma coisa com placas de carros, números de telefone ou qualquer outro número que cruze o seu caminho. O importante é manter a agilidade e repetir o exercício diversas vezes por dia.

Investir em jogos de concentração

Estimular a memória também pode ser divertido! Seja com o próprio jogo da memória, quebra-cabeças ou dominó, o objetivo é fazer com que o cérebro exerça a sua capacidade de associação por imagens. Assim, quanto mais você joga, mais fácil é memorizar os padrões e identificar onde cada peça deve ser encaixada. Outras opções de jogos são palavras cruzadas, cartas e sudoku, onde o desafio é preencher uma tabela com números de 1 a 9, sem que eles se repitam nas colunas, linhas ou regiões do desenho.

Memorizar frases e citações

Essa dica é especialmente importante para estudantes ou pessoas que estão se preparando para algum tipo de teste. Isso porque, além de estimular a memória, o exercício ajuda a desenvolver um ótimo repertório para usar nas questões dissertativas das provas. Experimente memorizar não apenas os enunciados das questões, como também as explicações e as citações de personagens históricos.

Já se você não estiver se preparando para uma prova, vale praticar o exercício com filmes, séries e outras mídias que você costuma consumir com frequência. Escolha o seu preferido e desafie-se a repetir uma parte do diálogo sempre que for assisti-lo novamente. Só não vale fazer a mesma coisa com músicas, pois a cadência das notas e as rimas fazem com que o processo de memorização seja mais fácil.

Usar sua mão não dominante

Tentar executar tarefas simples do dia a dia com a mão que você não domina força o cérebro a pensar, já que não é possível utilizar a memória muscular e executar as ações de forma automática. Por isso, se sua mão dominante for a direita, experimente escrever, abrir a porta ou pegar objetos com a mão esquerda. Vale, também, trocar o mouse do computador de lado, o que irá inverter não apenas o seu padrão de pensamento, como também de movimentos, já que todos os gestos que você usa para deslizar o aparelho serão feitos do lado contrário.

Praticar exercícios físicos

Não existe mente sã quando o corpo não está são e vice-versa. Ambos precisam estar em equilíbrio para funcionarem bem. Por isso, os exercícios físicos são essenciais para que o cérebro consiga reter informações de forma adequada. Isso porque a prática dessas atividades melhora a função cardiovascular, que por sua vez aumenta o fluxo sanguíneo do cérebro, promovendo o crescimento dos neurônios e aumentando as conexões com o hipocampo, região do órgão responsável pelas memórias. Diversos estudos, inclusive, mostram que pessoas fisicamente ativas têm até 38% menos risco de sofrer perda das funções cognitivas, quando comparadas a indivíduos sedentários.

Cuidar da alimentação

Assim como os exercícios físicos, a alimentação também desempenha uma função importante na preservação da memória. É através dela que nós obtemos nutrientes como ômega 3 e 6, vitamina E e ácido fólico, que atuam como antioxidantes, combatendo os radicais livres que desgastam a nossa estrutura celular e provocam a oxidação do cérebro. Essas substâncias são facilmente encontradas em grandes quantidades em alimentos como peixes, sementes, verduras, legumes, grãos integrais e gorduras boas (não saturadas).

Também é importante evitar alimentos ultraprocessados, como biscoitos, sorvetes, congelados e embutidos, já que os ingredientes industrializados utilizados nesses produtos podem causar uma reação inflamatória no organismo e contribuir para déficits de memória repentinos e frequentes, de acordo com um estudo publicado pela revista científica Brain, Behavior and Immunity (Cérebro, Comportamento e Imunidade, em português).

Mudar a sua rotina

Sua rotina diária pode ser uma grande aliada da memória! Afinal de contas, quanto mais acostumado com os hábitos você estiver, mais difícil é esquecê-los. Entretanto, quando seguimos o mesmo padrão por muito tempo, é fácil entrar no piloto automático. Por isso, experimente mudar algo na sua rotina de vez em quando. Pode ser fazer um caminho diferente para o trabalho, acordar em um horário diferente, inverter a ordem na qual você costuma fazer as coisas ou tentar um novo esporte. O objetivo é estimular o cérebro a pensar de forma mais ágil e ativa.

Porém, evite mudar muitas coisas de uma vez, pois pode acabar tendo o efeito contrário, já que a falta de rotina, ou seja, não saber qual é o seu próximo passo, pode ser motivo de estresse desnecessário para o cérebro. E quanto mais estressado você estiver, mais difícil é registrar as informações e, consequentemente, reter as memórias.